No início da década de 1970, a General Motors do Brasil introduziu na linha Opala a versão SS, de Separated Seats, ou assentos separados. Era proposta esportiva para o sedã de quatro portas, equipado com o motor 250, um seis cilindros de 4.100cm³ de cilindrada e 148cv de potência. O carro tinha ainda freios a disco servoassistidos, barra estabilizadora na suspensão traseira, câmbio de quatro marchas com alavanca no assoalho e faixas pretas no capô e nas laterais.
Já em 1971, a GM lançou o Opala com carroceria cupê de duas portas, sem as colunas centrais, no estilo fastback. Pouco tempo depois, a versão SS quatro portas deixou de ser produzida. Em Belo Horizonte, o engenheiro mecânico, piloto de arrancadas e colecionador de antigos Cláudio Luís Trad Castañon tem um Opala SS, de 1973, que preserva quase toda originalidade. Ele comprou o carro em São Paulo, e quem cuidou dos detalhes da restauração foi o amigo e também colecionador de antigos Shibunga.
O cupê de duas portas foi repintado na cor original, amarelo Grand Prix, e sendo mantidas as faixas pretas sobre o capô e as laterais. As rodas originais foram cromadas e alargadas, ganhando novos pneus Cooper Cobra, sendo 225/60 R14 na dianteira e 235/60 R14 na traseira. O estepe foi retirado do porta-malas para dar condição de adaptação de mais uma saída cromada do escapamento.
Mas a principal modificação do Opala de Cláudio é denunciada nos pára-lamas dianteiros. Ali, na parte dianteira, junto à caixa de roda, onde deveria estar a inscrição 4.100 lê-se 350, que indica o novo motor que equipa o carro. Trata-se de um V8 de 5.8 litros, 380cv, que equipava um Camaro 1971. Carro para mim tem que ter motor V8, senão não é carro, afirma o piloto de arrancada. Para deixar o motor de acordo com seu gosto, Cláudio revela que foram feitas algumas modificações.
A taxa de compressão foi alterada de 8,5 para 10,6 e o motor ainda recebeu novos agregados, como comando Crane, balancin roletado Ersom, válvulas Milodon, cabeçote Camel Hump, admissão single plane Holey e carburador Demon 750 CFM. A transmissão é Clark 2207 de cinco marchas e o diferencial blocado é Dana 44. As suspensões são originais.
O interior do Opala também é todo original, com vinil preto revestindo os bancos. O painel ganhou novos instrumentos, como velocímetro que marca 240 km/h, conta-giros da Auto Meter com shift light, pirômetro (que indica a temperatura da queima de combustível) e marcadores de pressão do óleo e temperatura da água.
O Opala de Cláudio preserva o estilo setentão, mas tem um poder descomunal sob o capô. Basta entusiasmar na aceleração que os pneus começam a fritar no asfalto. O engenheiro garante que o carro vai de 0 a 100 km/h em menos de 6 segundos. E não é difícil de acreditar. O Opala tem visual e conjunto mecânico tão interessantes que acabou sendo premiado no recente encontro de antigos de Águas de Lindóia, em São Paulo, como o melhor na categoria Street Hot nacional.
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Possuído por um V8
Sonho de consumo de muitos no passado, versão esportiva do Chevrolet Opala 1973 ganha poderosa motorização de 380cv de potência e mantém quase toda a originalidade
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