O carro pega rápido e funciona silenciosamente. Os 81 cavalos do motor 1.6 garantem o bom desempenho. Mais agradável do que muitos sedãs compactos atuais. Anda quase igual ao irmão mais novo...
O painel é correto, mas faltam o conta-giros e relógio de horas, opcionais na época.

A caixa é ótima, mas uma pena que só vai até a quarta: caixa de cinco era também opcional. O engate das marchas é preciso e não exige esforço: elas entram na maciota. Uma das poucas vantagens do motor longitudinal, hoje só encontrado, no mundo, no velho Gol.
Os freios são a disco na dianteira, a tambor na traseira, com auxílio do vácuo. E funcionam muito bem, mesmo sem ABS, que ainda não existia no Brasil. Aliás, nada eletrônico ou informatizado no carro: exportado para os EUA, o sistema de injeção do Voyage tinha de vir importado da Alemanha. Conseqüência da estúpida legislação brasileira da época, de reserva de mercado à informática.
A suspensão é boa, firme. O carro é confortável e estável. Visibilidade? A traseira é melhor que a do mais novo.
O conforto é relativo: os bancos não são exatamente anatômicos. O que nunca foi ponto alto na linha Gol, nem nos dias atuais. O espaço traseiro é razoável. O porta-malas é ótimo, praticamente igual ao do novo Voyage.
Apoios de cabeça eram (todos) opcionais. Segurança ainda não era tema em voga...
No tanque, a VW não evoluiu muito: a capacidade permanece nos mesmos 55 litros.
Desempenho do velho Voyage "preocupa" o novo: o consumo, entre cidade e estrada, de quase 11km/l com álcool. E arranca muito bem: até 100 km/h em apenas 11,4 segundos (segundo a fábrica: será?). Velocidade máxima por volta dos 150 km/h: perde feio para o novo. Mas precisa de mais?
Ponta em Gotham City
O Voyage foi lançado em 1981, no ano seguinte ao Gol, como sedã de duas portas. Uma resposta da Volkswagen ao Chevette da GM. Seu primeiro motor foi o 1.500, o mesmo do Passat. Em 1983, a evolução para o 1.600 e depois o 1.8, emprestado do Santana. O Gol deu origem também a Parati e Saveiro. Era a "Família BX".
Sucesso extraordinário de vendas, o Voyage foi eleito "Carro do Ano" pela revista Auto Esporte em 1982. Em 1987, com o nome de Fox, foi exportado para os Estados Unidos. Muito barato (U$ 5.200), foram 220 mil unidades exportadas até 1993. Preste atenção em alguns filmes do Batman: o Fox (Voyage) marca presença em Gotham City...
Além dos EUA, o Voyage foi para o Iraque e vários países da América do Sul batizado de Amazon e Gacel. E até com motor 1.9 a diesel para a Argentina, como Senda.
Em 1983, surge a carroceria de quatro portas. Um fracasso, pois era tudo o que o mercado brasileiro não queria, na época...
Veja o teste do novo Voyage!

Numa das decisões mais atrapalhadas da VW do Brasil, o Voyage se despediu do respeitável público em 1995 (fabricado na Argentina), com cerca de 850 mil unidades produzidas. Pura bobeada dos "gênios de marketing" da VW do Brasil, pois a marca perdeu presença nesse segmento e que contribuiu para a VW ter perdido a liderança do mercado brasileiro.
Seu sucessor demorou exatos 13 anos. Se o primeiro só tinha o Chevette para enfrentar, o atual combate uma tropa completa de sedãs compactos: Classic, Celta e Corsa da GM; Clio e Logan da Renault; Siena da Fiat; Peugeot 207 Passion e Ford Fiesta.
DESEMPENHO
Apesar dos quase 30 anos, o velho Voyage 1.600 anda quase tão bem e bebe mais ou menos o mesmo que o novo. Palmas para ele.
Velho 9 X Novo 8
MECÂNICA
Dentro das possibilidades de cada época, a fábrica fez o possível nas duas gerações.
Velho 9 X Novo 9
ESTILO
O velho foi muito mais marcante na época do que o novo.
Velho 10 X Novo 9
VISIBILIDADE
O novo prejudica o motorista com suas largas colunas traseiras.
Velho 9 X Novo 7
SEGURANÇA
O velho fica devendo, pois não havia nem equipamentos nem a preocupação. No novo, falta apoio de cabeça central atrás.
Velho 7 X Novo 9
ESPAÇO
O novo ganha apertado, mesmo assim graças ao motor transversal e aos quase 20 centímetros a mais no comprimento.
Velho 7 X Novo 9
PORTA-MALAS
No empate, é justo prestar homenagem ao velhinho...
Velho 10 X Novo 9
CONSUMO
Como é que a VW explica que a geração anterior fica “ali” com o novo?
Velho 10 X Novo 9
TOTAL
Voyage 71 X Novo Voyage 69
Desnecessário lembrar que o jornalista foi rigorosamente parcial e suspeito na avaliação. Primeiro, por ser um apaixonado pelos carros antigos. Segundo, porque o Voyage 1985 foi o último carro de seu pai, o médico José Feldman...
Ficha técnica - Voyage 2009
Características | ||
Motor | ||
Tipo | Quatro cilindros em linha, 1.6 VHT Total Flex | |
Posição | Dianteiro, transversal | |
Cilindrada (cm3) | 1.599 | |
Válvulas | 8 | |
Diâmetro/Curso (mm) | 76,5 x 86,9 | |
Taxa de compressão | 12,1 | |
Potência (cv/rpm) | 101 (G) / 104 (A) a 5.250 | |
Torque (mkgf/rpm) | 15,4 (G) / 15,6 (A) a 2.500 | |
Combustível | Gasolina/Álcool | |
Transmissão | ||
Câmbio manual de cinco marchas; tração dianteira | ||
Suspensão | ||
Dianteira | Independente, do tipo McPherson, com braços triangulares transversais e barra estabilizadora | |
Traseira | Interdependente, com braços longitudinais | |
Direção | ||
Do tipo pinhão e cremalheira, com assistência hidráulica (opcional) | ||
Freios | ||
Dianteiro | Discos ventilados | |
Traseiro | Tambores | |
Rodas/Pneus | ||
Liga leve (opcional) 6 x 14" / 175/70 R14 | ||
Dimensões e Capacidades | ||
Comprimento (m) | 4,23 | |
Largura (m) | 1,65 | |
Altura (m) | 1,46 | |
Entre-eixos (m) | 2,46 | |
Porta-Malas (l) | 480 | |
Tanque de Combustível (l) | 55 | |
Peso (kg) | 989 | |
Desempenho | ||
0 a 100 km/h (s) | 10,1 (G) / 9,8 (A) | |
Velocidade máxima (km/h) | 191 (G) / 193 (A) | |
Consumo | ||
*Cidade (km/l) | 13,1 (G) / 8,8 (A) | |
*Estrada (km/l) | 18,5 (G) / 12,4 (A) | |
*Média (km/l) | 15,8 (G) / 10,6 (A) | |
**Média Vrum (km/l) | 10,1 (G) / 6,5 (A) |
(*) Números divulgados pela Volkswagen;
(**) Média Vrum é a média de consumo no circuito de testes do programa, que é metade estrada e metade cidade.
Ficha técnica - Voyage 1985
Características | ||
Motor | ||
Tipo | Quatro cilindros em linha, 1.6 | |
Posição | Dianteiro, longitudinal | |
Cilindrada (cm3) | 1.588 | |
Válvulas | 8 | |
Diâmetro/Curso (mm) | - | |
Taxa de compressão | - | |
Potência (cv/rpm) | 81 a 5.200 | |
Torque (mkgf/rpm) | 12,8 a 2.600 | |
Combustível | Álcool | |
Transmissão | ||
Câmbio manual de quatro marchas; tração dianteira | ||
Suspensão | ||
Dianteira | Independente, do tipo McPherson | |
Traseira | Semi-independente com braços longitudinais | |
Direção | ||
Do tipo pinhão e cremalheira | ||
Freios | ||
Dianteiros | Discos | |
Traseiros | Tambores, com servo | |
Rodas/Pneus | ||
Aço, 5x13 / 175/70 R13 | ||
Dimensões e Capacidades | ||
Comprimento (m) | 4,06 | |
Largura (m) | 1,60 | |
Altura (m) | 1,36 | |
Entre-eixos (m) | 2,35 | |
Porta-Malas (l) | 460 | |
Tanque de Combustível (l) | 55 | |
Peso (kg) | 820 | |
Desempenho | ||
0 a 100 km/h (s) | 11,4 | |
Velocidade máxima (km/h) | 156 | |
Consumo | ||
Cidade (km/l) | 10 | |
Estrada (km/l) | 12 | |
Média (km/l) | 11 |