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Estado de Minas

Um Honda muito irado

Transformar um carro careta em um esportivo de agressividade explícita não é tarefa das mais fáceis.


postado em 11/01/2004 15:00 / atualizado em 18/12/2017 10:31

(foto: Fotos: Eduardo Rocha/RR - 11/1/04)
(foto: Fotos: Eduardo Rocha/RR - 11/1/04)
A onda do movimento tuning já contagiou Belo Horizonte e é cada dia maior o número de adeptos. Não importa se a idéia é modificar o carro para curtir com a galera ou para participar de competições. O que interessa é dar personalidade ao veículo, diferenciando-o entre os “normais”. O comerciante Marcelo Cardoso é um dos profissionais do ramo e há sete anos vem transformando carros na sua empresa Tuner. Ele é um dos responsáveis pela introdução da onda tuning na capital mineira. Entre os vários carros que Marcelo transformou, o de maior destaque é o Honda Civic EX cupê, ano 1995. Para quem pensa no modelo original, fica difícil imaginar uma transformação mais radical. Mas Marcelo conseguiu. Foram várias as alterações externas. O pára-choque dianteiro é uma cópia fiel do modelo da marca americana Veil Side, e traz como detalhe interessante a tela de alumínio que cobre as entradas de ar inferiores. Já o pára-choque traseiro foi modelado tendo como base o do modelo Lexus, com entradas de ar laterais. O carro ganhou também saias laterais da Personal Parks. O detalhe que mais chama a atenção no Civic cupê de Marcelo é o aerofólio traseiro, uma cópia fiel do modelo americano da marca Rotora. Trata-se de um aerofólio de pista, que, segundo Marcelo, começa a atuar quando o carro alcança os 80 km/h. E ele pode ser regulado para proporcionar maior eficiência. As lanternas traseiras são da marca americana Altezza e se destacam por serem transparentes com os elementos internos na cor vermelha. Os pára-lamas dianteiros ganharam fendas que sugerem saídas de ar quente do motor, mas elas cumprem apenas uma função estética. No capô foram feitas duas entradas de ar. Na dianteira, os faróis de duplo projetor são da marca americana Euro Light , e já vêm de fábrica com o Angel Eye, que são os aros de luz que dão um toque diferenciado. Como o Honda Civic cupê modelo 95 tem uma frente nada empolgante, Marcelo resolveu fazer uma modificação para deixá-la com um aspecto mais agressivo. Ele substituiu as lanternas de seta originais pelas do modelo VW Logus, mudando o desenho do conjunto óptico.

SUSPENSÃO

As rodas de alumínio são da Pro Race, aro 18 polegadas, montadas com pneus Toyo de medida 215/35 R18. O escapamento é do tipo Muffler em aço inox da Race Way, de quatro polegadas, que emite uma sonoridade mais grave. Entre as modificações mecânicas, destaque para a suspensão, que ganhou o sistema Euro Coil Over, da Rac Tive, com duas molas, uma montada sobre a outra. Segundo Marcelo, uma mola é mais rígida que a outra, o que permite calibragens diferenciadas para as pistas e para as ruas.
Quando o carro vai para as pistas, ele retira as molas mais macias. O sistema permite ainda regular a altura do carro. Completando a suspensão, amortecedores a gás e barras estabilizadoras. Os freios são a discos ventilados nas quatro rodas.

O motor Vetec 1.6 16V, que originalmente tem 135 cv de potência, ganhou sistema de ignição Accel com cabos e bobinas especiais; sistema de exaustão de 2,5 polegadas para aliviar a descarga; sistema de admissão com a borboleta retrabalhada; o ponto do motor foi adiantado; e foi colocado o sistema Air Intake, que dimensiona e direciona o ar da admissão. Com tudo isso, a potência subiu para 150 cv. Marcelo reconhece que ainda é pouco, por isso pretende instalar um kit turbo, que vai jogar a potência para os 240 cv. Vale lembrar que o motor ganhou detalhes de personalização, como mangueiras revestidas com malha de aço, elementos cromados e terminais de bateria banhados a ouro. O câmbio é o original automático de quatro velocidades, mas oferece a opção de trocas manuais. Nessa condição, Marcelo conta com o Shift Light, um pequeno dispositivo instalado na coluna de direção, que emite um sinal luminoso quando o motor atinge o pico de giro, para que o motorista troque a marcha. O interior do Civic também passou por modificações. Os bancos dianteiros foram substituídos pelos do tipo concha, de competição. Os tapetes são placas de alumínio. A alavanca de troca de marchas e a pedaleira também são de alumínio, da Type R. O painel é o Night Glow, da Jackson Racing, que de dia fica branco e no escuro, azul. O volante é da marca italiana Conrero e teve os comandos do controlador de velocidade (piloto automático) adaptados. Os painéis de porta foram moldados em fibra de vidro. Na coluna A, próximo ao motorista, foram instalados dois marcadores, um de pressão do óleo e um Hall Meter, que informa o teor da mistura ar/combustível, com dados transmitidos da sonda Lambda. Existem ainda os adesivos e grafismos, que personalizam cada carro, identificando as marcas dos componentes utilizados. São detalhes que diferenciam o automóvel e reforçam o aspecto esportivo. O Honda Civic de Marcelo tem preço de mercado de R$ 15 mil, sem os acessórios. Mas ele revela que para fazer a transformação gastou outros R$ 15 mil.

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